terça-feira, 20 de maio de 2008

Apaixonada

Apaixonada por pessoas atenciosas, dançar até o pé doer, risadas gostosas, por do sol, escrever, música alta nos ouvidos, andar de ônibus, fim de tarde, praia no inverno, adrenalina, meninos de rosa, perfumes, festa, reunião com os amigos, frio na barriga, namorar, alegria, meu cachorro, comer guloseimas, ser paparicada, espontaneadade, sinceridade, momentos, madrugada, dormir até tarde, passar o dia de pijama, cheiro de chuva, calor, filmes, fotografia, sorvete, andar de bicileta, amigas solteiras, pessoas engraçadas, felicidade por coisas idiotas, conhecer gente nova, BIS branco, preguiça, expectativa, endorfina, caminhar, descobrir, surpresas, fazer nada, banho de piscina, atitudes simples, reencontros, organização, estudar, viajar, abraços fortes, chorar de felicidade, emoção, permitir-se, ousadia. Por tudo aquilo que desperta algo em mim e me faz beem! :D

sábado, 17 de maio de 2008

Desconecção Diária


Em casa, ao chegar e fechar a porta esqueço tudo o que ficou do outro lado. Me reciclo mentalmente e me dedico a pensar no que vou fazer agora. O vento é tão forte que uiva, a chuva bate no vidro das janelas, aposto corrida com pingos de chuva, meus olhos se fecham e relembro dos mais diversos acontecimentos da vida, a imaginação flui fértil e descontrolada. Debaixo do meu monte de cobertores, quentinha, o mundo desaba lá fora. Estou ali protegida, pensando em coisas que na velocidade de um piscar de olhos, desencadearam meus sonhos, eu durmo. Mergulho em um mundo surreal e me desconecto. O tempo passa e já não lembro mais o final da minha viagem. Ao amanhecer, renasço!

Quem sou eu? Humm...


Eu sou as horas de alegria e os momentos de solidão, as idéias que eu tenho, o que eu invento, descubro e o que eu abstraio. Eu sou a infinidade de coisas que eu aceito como dignas de serem minhas. Eu sou o conjunto de humores, sentimentos e habilidades. Eu sou aquela capaz de saber que mesmo tendo o que falar de mim mesma, sabe que meras palavras não são suficientes para me descrever e a descoberta do meu "eu" para os outros só pode ser caracterizada como real quando despertadas neles sensações que só quem conhece de verdade sente. Enquanto a sintonia não é estabelecida, ninguém sabe quem é quem, porque eu passo a ser pra você o que eu quero e não o que eu sou. Manipulo a existência de um "eu" artificial e inventado, o que não deixa, mesmo assim, de fazer parte de mim.

Fui despertada só "agora"! OPA, mas já passou.


Numa aula que julgava ser chata e sem conteúdo específico, bem até pode ser considerado específico, mas do tipo "momentâneo", aquele que entra e sai da cabeça rapidinho, sem ao menos refletirmos. Eu diria ser uma conformidade daquilo que eles, os professores, nos enfiam goela abaixo. Bom, nessa aula minha professora fala da matéria e explica coisas que fogem do contexto eaí de repente... PÁ! Surge lá do fundo um assunto filosófico que nos tiraria do tédio. Alguém fala em presente, o aqui, o agora, o momento.

Sonolenta e desanimada, contando os minutos para ir embora dali, meus olhos se abrem e o assunto me desperta a atenção, despertou tanto que estou aqui escrevendo este artigo para o blog. A polêmica, quando se viu, foi grande eaí começam os turbilhões de comentários e crítica que se chocam perante às próprias opiniões de cada um, o tema? O que é o presente. O presente é o que vivemos agora, nem o que passou e nem o que virá a ser, apenas o que acontece AGORA. Mas o que é o agora? se esse que era o "agora" já passou e agora é passado?

A discussão surgiu também quando falávamos em escrever, a professora falava com convicção encarando os alunos seriamente: - "Escrevam gente, mesmo que não fique bom na primeira vez, mesmo que não saibam a palavra, escrevam e esqueçam. Não percam tempo com a formalidade, peguem a caneta e deixem as idéias fluírem pelo papel, porque idéia boa mesmo é aquela que é despertada em nós assim que passamos o olho pelo que nos pedem pra escrever, e depois esqueçam. O "agora" de vocês é outro ao ler aquilo um tempinho depois, vocês já são outros, são outras pessoas lendo aquele texto."

Assim como o tempo nós também somos mutantes, somos com a velocidade do tempo uma nova pessoa a cada instante, seres "passageiros" e em constante transformação, queira Deus que a mudança seja progressiva (risos). No fim, o assunto sobrou sem nenhuma conclusão, o tempo daquela aula chata voou e as pessoas saíram da sala comentando pontos de vista. Uma idéia surgiu, o pessoal gostou, a professora encerrou a aula e o único propósito dessa maneira bonita e filosófica de falar era um conselho de como desenvolver uma redação em meio a uma explicação que ninguém dava a mínima atenção, e não dá até hoje, porque ninguém lembra do que se tratava. E eu? Aderindo ao conceito, já não sou mais a mesma.

domingo, 4 de maio de 2008

Namoricos de inverno

Amo mais ainda ficar contigo no frio
deitar no sofá e ver um filme contigo
namorar debaixo de pesadas cobertas contigo
comer chocolate em frente a uma lareira contigo

me esquentar no calor do teu corpo ficar abraçadinha contigo fazer nada contigo e sentir teu narizinho gelado na minha bochecha.

Perdidos no tempo de um pensamento


No fim de mais um meus dos meus dias não preciso de motivos
para me encontrar na paz dos seus braços e me confortar no seu sorriso
pensamentos em sintonia vão alem do que podemos imaginar
você está fugindo da tempestade turbulenta que te persegue
refugie-se num lugar secreto
me conte suas histórias
mergulhe no universo dos sonhos
quer um conselho?
é melhor não pensar no amanhã
deixei-se guiar pelo duvidoso
pelo perigoso desejo de se aventurar
não interessa o destino dos pensamentos
isso não está nas nossas mãos
vamos ficar aqui no silêncio de nossos corpos a esperar
uma razão pra sair deste um lugar
suas palavras derretem ao pé do meu ouvido
Diga quanto tempo faz que estamos aqui?
perdidos, estagnados
tão perto que somos um só
uma só distração, você é meu campo de exploração
arrancado do seu mundo
seu destino é fazer parte desse inferno particular que me consome
e ocupar o lugar nas minhas tardes de devaneios
deitados naquela noite que nunca deveria ter acabado
descrevias um futuro utópico
que só havia espaço para nós dois
Diga quanto tempo faz que estamos aqui?
perdidos, estagnados
tão perto que somos um só
olhando pro alto naquela noite
o brilho das estrelas refletia no seu olhar
e eu que ficava apenas a observar
dispenso o ofício e me dedico a saborear
a sensação de observar o mundo girar
com meus dedos entrelaçando os caracóis de seus cabelos
distante por um instante
não hesito em tornar eterna a fantasia
que deriva de pensamentos em adrenalina
vem que essa é nossa música
vamos dançar até o amanhecer
e de repente tudo vira dia
então, me diga
quanto tempo faz que estamos aqui?

Malditas bolas de chiclete que se formam diante de nós e nem mesmo gostamos de chiclete!


Estão a me testar, testar minha capacidade de divisão entre todos os grupos de pessoas aos quais eu me relaciono. Conciliar? Sim. Tenho que me virar, pessoas me cobram de todos os lados. Me testam, me deixam com duvidas, todos estão uns contra os outros, e eu? eu estou no meio do bombardeio, tentando não escolher lados, tentando, como sempre, fazer com que tudo fique bem. Pensando, analisando, e programando coisas com tudo e todos, dividindo o tempo e a mim mesma para que todos tenham pedacinhos consideráveis e de acordo com as necessidades de cada um, tento abraçar todos com meus braços, mas não sei se estou conseguindo. E o pior de tudo é que ainda não descobri quem tem mais razão, se eu ou eles. Será que devo pensar mais neles ou em mim?. Andei em círculos e continuo não sabendo. Como uma bola de chiclete, de repente tudo explode. Será que eles não estão sendo um pouquinho egoístas comigo nessa nova fase? Por que só eu sou compreensiva nesses momentos? Às vezes tenho vontades de jogar tudo pro alto e fazer o que der vontade, esquecer de tudo e de todos, do que possam pensar, do que possam falar, quero menos encanação, menos preocupação, quero a liberdade de poder viver como se quer e não como se deve, mas como sempre estou agindo racionalmente, o que pra mim, muitas vezes é mais considerável e isso definitivamente não é bom. A turbulência não pára, e cada vez menos sei quem tem a tal da razão, mas mesmo sendo neurótica e complexa demais com certas questões, penso que em parte, todos têm um pedaço dela. Preciso juntar os pedaços perdidos por ai e ver com todos juntos o que vou fazer, como em um jogo de quebra-cabeças, onde é necessário encaixar perfeitamente todas as pecas, para então, conseguir ver o "final feliz" da imagem construída. E como sempre vou levando, me remoendo, torcendo meus pensamentos, suportando boladas de todos os lados, como uma goleira em um jogo de handball (E vou seguir os passos de uma goleira que eu conheço :]), continuando firme na jornada com doses imensas de antídotos contra tristeza, desistência e angústia, porque essa nuvem cinza vai sair de cima de mim, e da próxima vez que ela quiser se aproximar, eu não serei a sua anfitriã.

sábado, 12 de abril de 2008

Vida Futurística

No alto da montanha “Serra Grande”, cientistas e biólogos especializados trabalham escondidos da sociedade em um projeto de criação humana em laboratório. Mas como o procedimento leva anos, para ver se o feto criado se desenvolvera bem em um útero composto por um material idêntico ao da vida real e se ele ira se criar normalmente, eles começam o treinamento e a capacitação de novos especialistas e profissionais para que o projeto tenha continuidade futura, já que os atuais não estarão vivos no tempo necessário para monitorar e concluir aquela vida.
Com o passar do tempo e a enorme dificuldade de encontrar pessoas que tenham real interesse no projeto e não desistam da experiência, eles resolvem inovar as pesquisas e criar sim a vida humana, mas desta vez, de uma forma diferente. Eles vão criar um clone, uma vida já existente, a partir de uma célula do corpo de uma pessoa qualquer, nascera uma outra geneticamente igual e em um útero verdadeiro.
O alto da montanha serve de refugio para tais experiências as quais as pessoas condenam e julgam de acordo com suas crenças e religiões, acreditando afetar tanto os indivíduos clonados quanto a sua posição perante a sociedade e também criando uma geração que será discriminada, gerando um mal que só trará mais conflitos sociais do que os já existentes, formando por meio da biotecnologia uma classe distinta de seres humanos diferenciados.
Os anos passam e um candidato é escolhido, Leonardo Veitch. Ele é jovem, tem apenas 21 anos e já é considerado um cientista de muito potencial. Leonardo dá continuidade as pesquisas com seus professores, e passa a morar na colônia da montanha, na qual todos os envolvidos no projeto residem. O presidente falece, e nomeia Leonardo como chefe de departamento e ele assume a maior responsabilidade de sua vida, coordenar uma invenção que pode mudar o rumo da humanidade e ainda assumir todos os riscos e culpas que essa idéia pode vir a originar.
Leonardo começa a ter distúrbios aos 81 anos que o bloqueiam mentalmente com o excesso de trabalho duro, o plano falha. O feto não se desenvolve. Anos e anos de dedicação foram postos no lixo por ele. Atormentado com o destino de sua vida, ele resolve acabar de vez com ela e comete suicídio.
Veitch é nomeado herói apesar de não ter concluído suas pesquisas genéticas e abre alas para um novo começo na historia da ciência, o clone de órgãos e tecidos que venham a servir para transplantes em pacientes em filas de espera nacional e internacional. Hoje as pesquisas não param de evoluir e estamos cada vez mais próximos de um futuro geneticamente perfeito, apesar das controvérsias impostas pela ética e moral das pessoas e da própria igreja quando nos referimos ao que é e quanto vale a vida.
*Artigo de ficção realizado para as aulas de Biologia do terceiro ano do ensino médio.

quarta-feira, 12 de março de 2008

A ciência que projeta o homem

Em toda a esfera global, o debate é muito intenso e complexo sobre assuntos polêmicos que envolvem quase sempre aqueles que nos são semelhantes e predominantes, as pessoas. Com os avanços da tecnologia e das grandes ciências, o que nos parecia tão distante e pouco provável, hoje é considerado um futuro próximo. O conhecimento rápido torna cada vez mais fácil a compreensão de assuntos antes não tão compartilhados com a sociedade, causando controvérsias a respeito do que é comum a todos.
Há algum tempo, a constituição genética do ser humano e sua manipulação tem servido de inspiração para diversos mercados econômicos, lançando a possibilidade de, num curto período de tempo, haver seres pré-programados e adaptados para determinadas funções. O estudo do nosso mapa genético tornará possível a prevenção de diversos males com mais eficácia e antecedência, o que trará grandes benefícios na área da saúde.
Mas, como era de se esperar, a popularidade do assunto acabou transformando palavras como “genética” e “biotecnologia” em alvo de diversos obstáculos impostos pela nossa cultura e intensificando a sensibilidade ética e moral da sociedade.
Nunca em toda a história humana, o homem esteve tão controlado e submetido quanto atualmente. Esse nível de controle chegou ao ponto que já é possível o preconceito genético: a escolha de empregados e até a constituição física e sexual de um futuro indivíduo. Observa-se então, que possuímos elementos indispensáveis para uma profunda reflexão e que podemos nos encontrar a um passo dos nossos extremos, tanto nos auto-destruindo quanto atingindo o auge, temporário, de nossas descobertas cientificas, porém as chaves desse sistema não estão nas nossas mãos, mas sim nas daqueles que dominam realmente o poder.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Quase que secreta



O termo admirar toma conta de mim e com carinho passo meu tempo a observar você, o modo como, quando com a cabeça inclinada pra cima e de olhos fechados encosta no banco, respira e inspira; o seu jeito de explicar tudo certo e direitinho, de bater com a mão na direção quando fala dirigindo, como arruma a camiseta na altura dos ombros, como passa a mão no cabelo e como desliza a mesma pelo peito e barriga, o jeito serio e bonitinho que tem quando você olha pro nada, a voz incorporada pra cantar ou conversar com o cachorro, o jeito como morde os lábios ao apertar minha panturrilha, o jeito que coça o nariz e a cara de sono ao amanhecer, o sorriso que floresce sempre quando vem me buscar, o abraço forte e o olho que se fecha quase que automaticamente, o jeito escorado de lado quando escuta com atenção as coisas que eu digo, a maneira como fica bravo com as coisas, as caras e bocas que demonstram indignação, as brincadeiras que algumas vezes acaba rindo sozinho, a empolgação de me apresentar coisas novas e eu, quando seria, recebo uma pergunta:


- O que foi? Por que estás tão quieta?


e eu, humildemente, respondo:


-Admiro-te.


Ele pode pensar que é bonito falar isso mas, talvez, depois de ler isto, conclua que nada mais é que a própria verdade. Sou uma admiradora, até então, secreta!